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Exercícios como medicamentos na Doença de Parkinson: um novo olhar da ciência

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Exercícios Físicos como medicamentos na Doença de Parkinson: um novo olhar da ciência


Um artigo de revisão publicado em 2024 no Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry trouxe um recado claro à comunidade científica: o exercício não é apenas reabilitação — é medicamento. O trabalho, conduzido por Martin Langeskov-Christensen e colaboradores, reuniu evidências robustas de que o exercício físico deve ser considerado uma intervenção terapêutica com impacto direto na prevenção e progressão da Doença de Parkinson.


Por décadas, o foco do tratamento esteve centrado no uso de medicamentos que aliviam sintomas motores e não motores. Mas a neurociência contemporânea tem mostrado que o movimento é capaz de ativar mecanismos de neuroproteção, promover plasticidade cerebral e até retardar a degeneração dopaminérgica — algo que nenhum fármaco, até hoje, conseguiu alcançar.


Três dimensões do exercício na Doença de Parkinson

O artigo reforça que os exercícios físicos atuam em três níveis complementares de prevenção:


  1. Prevenção primária: pessoas fisicamente ativas ao longo da vida apresentam menor risco de desenvolver Doença de Parkinson. Exercícios físicos regulares estimulam fatores neurotróficos e protegem as redes cerebrais.

  2. Prevenção secundária: em fases iniciais da doença, o exercício pode retardar sua progressão, preservando a função motora, cognitiva e emocional.

  3. Prevenção terciária: mesmo em estágios avançados, os exercícios físicos continuam sendo uma das estratégias mais eficazes para melhorar sintomas, equilíbrio, autonomia e qualidade de vida.


Um novo paradigma para a Fisioterapia

Os autores propõem um verdadeiro paradigma clínico: os exercícios devem ser prescritos de forma personalizada, como um medicamento, desde o início e até antes mesmo do diagnóstico. Isso significa abandonar a ideia de que o movimento é apenas uma ferramenta de reabilitação e passar a enxergá-lo como uma intervenção neurobiológica ativa, capaz de alterar trajetórias cerebrais.


Essa nova perspectiva amplia o papel do fisioterapeuta. De condutor de reabilitação, passamos a ser agentes de neuroplasticidade — profissionais que modulam, com precisão, os circuitos do cérebro humano através do movimento.


O olhar Liberta

No Instituto Fisioterapia Liberta, acreditamos que essa é exatamente a fisioterapia que o futuro exige: baseada em evidências, guiada pela neurociência e comprometida com resultados reais.

Estudos como este reforçam o propósito que nos move — capacitar profissionais para transformar o cuidado, compreender a fisiologia do movimento e utilizar o exercício como ferramenta terapêutica de impacto.


A ciência confirma: o movimento é, de fato, uma forma de medicina. E cabe a nós, Fisioterapeutas, aprender a prescrevê-lo com seriedade e precisão de forma assertiva.


Quer saber mais?

A Profa. Dra. Cynthia Bedeschi gravou uma aula completa sobre esse tema no YouTube - ASSISTA AQUI


📚 Referência:Langeskov-Christensen M, Dalgas U. Exercise as medicine in Parkinson’s disease. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2024; 95: 1077–1088. doi: 10.1136/jnnp-2023-332974


Instituto Fisioterapia Liberta



 
 
 

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